quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

FELIZ ANO NOVO...


Depois de cerca de dois meses de ausência aqui pelo nosso Olival do Corro (tempo de organização de início de uma nova vida), eis que finalmente estou de regresso, pronto para abraçar, com esperança e optimismo, o Ano Novo de 2011 que agora começa...
Penso que todos temos consciência de que iniciámos um ano diferente, um ano verdadeiramente difícil para cada um de nós e para as nossas famílias... O tão anunciado e já implementado aumento de impostos e a consequente subida dos preços de quase tudo aquilo que nos faz falta no nosso quotidiano terá repercussões enormes no nosso estilo de vida e na nossa vivência e convivência em sociedade.
Estou certo que haverá cada vez mais famílias a passar por grandes dificuldades. Também na nossa terra me aflige, como nunca, o efeito destas medidas na vida daqueles que são nossos e estão mais próximos de nós... Já não nos bastava a elevada taxa de desemprego e o encerramento da Delphi na Guarda, agora ainda teremos de viver este ano, continuadamente, com "o Credo na boca".
Não tenhamos dúvidas, a tão afamada crise que tem andado "de boca em boca" há-de sentir-se, agora, mais do que nunca...
Penso muitas vezes, como socialista que sou, se este será mesmo o caminho certo... Demasiadas vezes tento equacionar o problema do nosso país, da nossa região, do nosso concelho, da nossa freguesia, das nossas casas (que é afinal de contas o mesmo - falta de receita para cobrir a despesa) e tenho consciência de que não é fácil o papel de quem governa (de quem governa um país, uma região, um concelho, uma freguesia, uma casa, entenda-se).
Governar, seja lá o que for, é sempre um acto difícil e no fim de contas acaba sempre por ser um acto de solidão. Um amigo meu um dia definiu-me "o acto de liderar" como "um acto de solidão". E, estou convencido que ele tem razão. Se há coisa na vida que é difícil de fazer é decidir. A verdade é que uma decisão tem sempre duas faces igualmente boas e igualmente más, para uns ou outros, para estes ou para aqueles...
Sinto, pois, que governar e liderar alguma coisa, por mais pequena que seja (até pode ser a nossa própria casa) é, nos tempos que correm um acto de verdadeira coragem, independentemente de politicas, politiquices ou politiqueiros... 
Naturalmente que uma das faces mais vulneráveis a tudo isto é o povo, eternamente habituado a pagar todas as facturas, as recentes e as que vêm de trás (algumas ainda do tempo da velha senhora), tempo em que felizmente não vivi...
Contam-me que foi tempo de grande miséria, de grande angústia, de grande opressão, de ausência  de liberdades... mas penso que tudo isso, ainda que tremendamente negativo, provocou sempre a união e a união fez a força e a força de um povo é capaz de mudar muito... é capaz de mudar tudo...
Nos Novos Tempos em que vivemos a realidade é, felizmente, muito diferente... não temos miséria nem opressão, isso é verdade, mas temos Novos Pobres e Nova Pobreza, tantas vezes fingida e outras tantas envergonhada... Vivemos, hoje, num Estado Social enfraquecido, pobre, à beira da falência... quase comparável a uma manta de retalhos em que sempre que se cobre a cabeça acabam por se destapa  os pés e vice versa...
Hoje, como no passado, os Tempos não são fáceis... mas, infelizmente, a nossa vivência social é cada vez mais individual e cada vez menos colectiva... Hoje, ao contrário do passado, mesmo no passado mais longínquo, em que o Padre António Vieira falava, no célebre sermão de Santo António, de uns peixes grandes que comiam os mais pequenos, não somos gente unida. Vivemos cada um por si e para si, sem o espírito de comunidade que, apesar de geneticamente nos caracterizar, teimamos não querer viver...
Mas, enfim...
Cá pela nossa terra, o olival do corro continua bonito, mas o raio dos "buracos" da avenida já são de estimação... não nos largam! Pode ser que, apesar da crise e da escassez dos euros, 2011 seja o ano em que a nossa avenida verá finalmente um novo tapete... Temos uma entrada realmente vergonhosa!... Tenho fé que seja desta... (também "ou vai ou racha, c'um catancho").
Apesar de tudo faço votos para que 2011 seja a antítese das piores previsões e que, pela nossa união (aquela tal união que nos caracteriza em momentos difíceis), consigamos manter acesa a luz da esperança, essa que nos há-de conduzir por caminhos de maior prosperidade.
Não sou, por princípio pessoal, um homem derrotista capaz de negar, à partida, a existência de novos cenários, de  cenários melhores... Pelo contrário, prefiro ouvir a sabedoria do povo, pois, "não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe".
Fica a minha reflexão crítica de ano novo que quero partilhar com todos os meus amigos ,daqui, do olival do corro.
Votos de um Ano Novo de 2011 cheio das maiores e melhores felicidades e de muita saúde para todas as famílias Gonçalenses...
Que este ano que agora começa possa ser, efectivamente, um BOM ANO NOVO para TODOS, pois, como bem se canta "Pr'a melhor está bem, está bem, pr'a pior já basta assim"...
Um abraço amigo.

Pedro Pires

2 comentários:

  1. Parabéns, primo, vc merece, como se diz no, Brasil "VOCÊ É O CARA !!!!"
    feliz 2011 e muitos beijinhos na nossa família
    Prima Lurdes.

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  2. Muitos dos que criticam deviam passar mais vezes por aqui.
    Pessoas que não conseguem entender que as mesmas cores são defendidas.
    Pessoas que não sabem ser governadas são o tipico humano deste século.
    Continua.

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