sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

PRIORIDADES... (Vale a pena ler e reflectir...)

Penso que questionamos muito poucas vezes a hierarquização das prioridades nas nossas vidas. Muitas vezes, quando damos conta, já não vamos a tempo de remediar o que está feito... porque "o que está feito, feito está..."
Desperdiçamos tantas horas e tantos dias com coisas tão ridículas e tão inúteis que nem damos conta que, mesmo à nossa beira, está o que de mais valioso existe nas nossas vidas...
A propósito de prioridades, gostava de partilhar convosco um texto muito interessante que encontrei, por acaso, há dias, num blogue que visitei:

«O Frasco de Maionese
Um professor de filosofia iniciou a aula em silêncio, colocando alguns objectos em cima da secretária à sua frente. Como não dizia nada, os alunos começaram a mexer-se nas cadeiras, primeiro, depois a cochichar uns com os outros. Todos se calaram quando ele começou a encher um grande frasco de vidro com um determinado número de bolas de golfe, até ficar cheio.
Depois perguntou à turma: “O frasco está cheio?” e todos concordaram que sim, o frasco estava cheio, nem mais uma bola de golfe lá caberia. 
O professor então pegou num saquinho de seixos pequenos e despejou-o dentro do frasco. Os seixos rebolaram pelos espaços entre as bolas de golfe e assim o professor despejou o saquinho.
Em seguinda perguntou à turma: “O frasco está cheio?” e os alunos, agora mais atentos, responderam que sim, que agora estava cheio. 
Sem dizer uma palavra, pegou num saquinho com areia e começou a despejá-la dentro do frasco. À medida que os grãzinhos se infiltravam nos espaços livres deixados pelas bolas de golfe e pelos seixos, alguns alunos começavam a rir-se, divertidos, a ver onde aquilo iria chegar. Não poderia ir muito mais longe, afinal quantas mais coisas se poderiam enfiar naquele frasco de vidro? Quando terminou de despejar toda a areia, o professor perguntou de novo: “O frasco está cheio?” e todos concordaram que, antes realmente não estava, mas agora está, definitivamente cheio. 
Então o professor emitiu um sorriso rasgado e retirou duas chávenas de café de debaixo da secretária e começou a despejá-las para dentro do frasco. Os alunos começaram todos a rir, não só da esperteza do professor, mas também da própria ignorância, como se tivessem sido apanhados numa partida. O café escorreu das chávenas até à última gota, preenchendo os espaços deixados livres pela areia. 
“Agora”, disse o professor, “gostaria de comparar o frasco com a vossa vida. As bolas de golfe são as coisas mais importantes para vocês: A saúde, a família, o dinheiro, os amigos, as coisas que vos apaixonam. São as coisas que, mesmo que o resto desaparecesse, a vossa vida ainda assim seria completa.
Os seixos são as outras coisas de muita importância nas vossas vidas, como a casa, o carro ou o emprego.
A areia representa tudo o resto. As coisas pequenas, os pequenos caprichos, as preguiças de fim de semana, os passeios, a comida e a bebida, enfim, o que para cada um fôr pouco importante. 
Quem entendeu esta lição?”-alguns alunos levantaram a mão e, a um sinal do professor, um deles respondeu: 
“Isto significa que, se fizermos primeiro as coisas mais importantes, teremos tempo para fazer tudo o que precisamos.” 
“Muito bem”, atalhou o professor, “mas não só isso! O facto é que se colocares primeiro a areia no frasco, os seixos já não caberão. E se colocares primeiro os seixos, as bolas de golfe já não caberão. Ou seja, se gastares a maior parte do teu tempo e da tua energia com a areia, não podes esperar possuir também as bolas de golfe e, aos poucos, a tua vida deixa de fazer sentido. Presta atenção às coisas que são críticas para a tua felicidade e coloca-as à frente de tudo, em tempo e importância. Brinca com os teus filhos, dá um mimo à tua mãe, ou à tua esposa ou esposo conversa com o teu pai e o teu filho pequenino, toma conta de ti, do teu bem.estar e da tua saúde física, mental e financeira.” 
Um dos alunos então, levantou a mão e perguntou: “Então e as chávenas de café?”
O professor sorriu “ainda bem que há alguém atento na sala!” e respondeu:
“As chávenas de café são somente para mostrar que, por muito cheia que a tua vida possa parecer... há sempre tempo para um cafezinho e dois dedos de conversa com o teu melhor amigo”.»

Por Rui Gabriel, in  http://ziglo.blogspot.com

Penso que vale realmente a pensa pensar nisto...
Um bom final de semana para todos...Bom descanso, se for caso disso.

Abraço amigo,
Pedro Pires

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

IN MEMORIAM...


“Morrer é, afinal de contas, o que há de mais normal e corrente na vida, facto de pura rotina, episódio da interminável herança de pais a filhos pelo menos desde Adão e Eva. in "As Intermitências da Morte", José Saramago

Por mais que convivamos diariamente com a morte, ainda que tantas vezes de forma irreflectida, a verdade é que não nos conseguimos adaptar aos sentimentos de tão profunda dor que ela é capaz de provocar em cada um de nós.
Não! Não venho aqui, hoje, falar de morte! Venho falar de vida e de memórias... as boas memórias que me fazem recordar a minha avó Gracinda como uma mulher cheia de vida... uma vida longa e, de alguma forma, uma vida muito Feliz... rodeada de gente que a amou muito com o coração e com a alma...
Na semana passada quis Deus chamá-la à sua divina presença... quem somos nós para questionar a justiça de Deus?!
Ainda assim, como bem me referia há dias um amigo meu, a verdade é que os que são nossos e que nós amamos nunca são velhos para morrer... porque são nossos, fazem parte de nós, das nossas vidas, do nosso mundo... E, é por isso que, mesmo sabendo que a minha avó Gracinda viveu 95 anos de vida, de uma vida boa, com saúde e amor, não consigo calar a mágoa que inunda o meu coração e a dor e a saudade que, em cada noite, em cada manhã, me atrofiam a alma e a força.
Conforta-me a Fé e certeza de que a alma forte e viva da minha avó vela, agora, por nós junto de Deus...
Afinal de contas, como bem escreveu o Apóstolo Paulo, se apenas acreditarmos na morte e rejeitarmos a vida restaurada em Cristo, então, é completamente vã a nossa Fé...
Que a minha avozinha descanse, agora, em Paz...

Aproveito esta ocasião para, em meu nome pessoal e em nome da minha família agradecer reconhecidamente a todos aqueles que, neste momento tão difícil, partilharam connosco a nossa dor e nos transmitiram a sua amizade e o seu apoio.

Pedro Pires

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

VIGO: RÚA DOS CESTEIROS...

Ontem, no tradicional passeio de domingo que fiz com a minha esposa, quando dei por mim estava às portas da cidade de Vigo, na Galiza, a cerca de 40 Km de Melgaço, onde pernoitei. 
Sempre tive uma curiosidade imensa de conhecer a cidade de Vigo. Não por ser uma importante cidade portuária da Galiza, não pelas belíssimas praias que a circundam, não pela paisagem natural que funde numa sinestesia harmoniosa os sabores e as sensações da serra e do mar, mas porque para aquela cidade rumaram, nos primeiros anos do Séc.XX, gerações de cesteiros Gonçalenses que por ali deixaram marcas... marcas profundas que, ainda hoje, povoam o imaginário e a história da cidade de Vigo.
Naturalmente que eu já sabia de antemão que para poder contactar de perto com as marcas deixadas pelos cesteiros da minha terra naquela cidade tinha forçosamente de conseguir chegar à "Rúa dos Cesteiros".
Mas a minha tarefa não foi fácil! Só depois de muitas voltas à cidade e com o GPS "bem afinado" é que conseguimos, finalmente, descobrir a tão famosa "Rúa dos Cesteiros". Depois de passar pela "Plaza de la cosntitución" foi difícil para mim esconder a emoção ao pisar o ladrilho granítico daquela rua onde, apesar de despida dos cestos amontoados que eu imaginava junto ao casario, ainda assim, pude sentir aquele cheiro do vime que só quem cresceu a brincar junto às "gamelas", como eu, é capaz de identificar e de sentir com saudade...
Percorri toda a rua, mais que uma vez, para cima e para baixo, admirei, contemplei e infelizmente não consegui ver muito. Era domingo... e ao domingo em Espanha tudo encerra...
Mas não pude deixar de observar uma placa identificativa de uma das "oficinas" - é assim que chamam às lojas de cestos - na placa estava escrito "José Suarez - Cesteiro". E, pensei, em Gonçalo temos muita gente com a apelido de "Soares"... mas infelizmente não vi ninguém... a rua dos cesteiros estava deserta... mas, ainda assim, a emoção de estar ali transformara-a, só para mim, na rua mais importante e movimentada da cidade de Vigo... Afinal de contas naquela rua viveram, pelo menos, quatro gerações da minha gente, da gente da minha terra que espalhou pelo mundo a nossa cultura, a nossa arte, a nossa identidade...
A Catarina olhava para mim com um semblante admirado, sem perceber muito bem o que me ia na alma!..
Gostei de ir a Vigo e de ter passado pela "Rúa dos Cesteiros". E fiquei mais sensibilizado para o estreitar de relações culturais entre Gonçalo e Vigo... Une-nos a mesma cultura, a mesma gente (pelo menos quatro gerações de descendentes Gonçalenses) e a mesma identidade... a Cestaria...

Pedro Pires


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Reflexões e Pensamentos...

No dia da comemoração de mais um aniversário do nascimento do maior vulto do Romantismo Português, Almeida Garrett, partilho convosco um excerto das "Viagens..." com uma mensagem que, infelizmente, continua bem actual...

"Mais umas poucas Dúzias de Homens Ricos
Não: plantai batatas, ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizai estradas, fazei caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar a qual mais depressa, estas horas contadas de uma vida toda material, maçuda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente do que a que hoje vivemos. Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? - Que lho digam no Parlamento inglês, onde, depois de tantas comissões de inquérito, já devia andar orçado o número de almas que é preciso vender ao diabo, número de corpos que se tem de entregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e fidalgo como Sir Roberto Peel, um mineiro, um banqueiro, um granjeeiro, seja o que for: cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis."

Almeida Garrett, in 'Viagens na minha Terra'

Abraço amigo.
Pedro Pires

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Bombeiros Voluntários de Gonçalo lançam campanha de angariação de fundos...

Os Bombeiros Voluntários de Gonçalo, em face das enormes dificuldades e constrangimentos financeiros, lançaram esta semana uma campanha de angariação de fundos.
O desafio foi lançado a todos os Gonçalenses residentes e aos filhos de Gonçalo espalhados pelos quatro cantos do mundo. 
O objectivo primeiro é saldar o passivo da Associação Humanitária que foi sendo acumulado ao longo dos anos fruto dos constantes cortes orçamentais...
No Ano do Voluntariado que todos possamos dar o nosso contributo para uma Associação de cuja  intervenção todos um dia, mais cedo ou mais tarde, acabamos por necessitar...
Não deixe de colaborar... Que todos passemos palavra uns aos outros numa verdadeira corrente de solidariedade para com esta importante Instituição da nossa terra...
Afinal de contas... os Bombeiros de Gonçalo precisam da nossa ajuda!

Abraço amigo.

Pedro Pires

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Largo Olival do Corro e a sua relação com a República...


Como é do conhecimento de todos, no passado dia 5 de Outubro de 2010 assinalámos o Centenário da República Portuguesa.
Por todo o país, a cada recanto, subsistem, para memória do Povo, importantes símbolos que lembram a grande luta dos Portugueses pelos valores Republicanos da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade que ecoam pela Europa desde a grande Revolução Francesa.
E, em Gonçalo, por tradição terra de gente esclarecida e lutadora, esses valores ecoaram também pelas ruas e pelas praças, pois assim se justifica que deles se tenha erguido, como símbolo de memória, a escultura que serve de topo à fonte do mais importe largo da vila de Gonçalo.
Embora muitos possam não saber, trata-se de uma escultura que pretende personificar a República, através da sua mais perfeita representação, o barrete frígio ou mais conhecido como barrete da liberdade.
O barrete frígio era uma espécie de touca ou carapuça originalmente usada pelos habitantes da Frígia, uma antiga região da Ásia Menor, localizada onde hoje se situa a Turquia. O barrete frígio ou barrete da liberdade, como mais tarde ficou a ser conhecido, foi escolhido e usado, em tons de vermelho, pelos republicanos franceses que lutaram na Revolução Francesa, na tomada da Bastilha, em 1789. A Revolução teve como consequência directa a instauração da primeira república francesa em 1793.
Daí em diante, o barrete frígio foi transformado no mais importante e significativo símbolo do ideário republicano.
Ora, é esse mesmo símbolo que podemos ver representado na fonte do Olival do Corro e que prova o envolvimento do Povo de Gonçalo na luta pela implantação do regime republicano.
Trata-se, no meu entendimento, de uma escultura ímpar da história da nossa terra e que, não raras vezes, tem sido desprezada e ignorada por todos nós.
Pela minha parte, agora que o largo foi devidamente arranjado, não deixarei de propor um tratamento especial para a fonte do Olival do Corro. Afinal de contas tem a coroá-la um dos mais importantes símbolos do ideário republicano o barrete frígio ou barrete da liberdade... E o Povo de Gonçalo, na sua história, já deu provas na luta e no respeito pela Liberdade...

Pedro Pires